Aos Leitores




O conteúdo que estará neste blog, terá como objetivo passar informações não somente para profissionais da saúde, mas também, para a população em geral. Falaremos de todo o processo de envelhecimento e também de como manter uma qualidade de vida saudável.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Atividade Física na Terceira Idade


O envelhecimento é marcado por um decréscimo das capacidades motoras, redução da força, flexibilidade, velocidade e dos níveis de VO2 máximo, dificultando a realização das atividades diárias e a manutenção de um estilo de vida saudável. Ocorrem alterações fisiológicas durante o envelhecimento que podem diminuir a capacidade funcional, comprometendo a saúde e qualidade de vida do idoso.
A atividade física regular pode contribuir muito para evitar as incapacidades associadas ao envelhecimento. Seu enfoque principal deve ser na promoção de saúde, mas em indivíduos com patologias já instaladas a prática de exercícios orientados pode ser muito importante para controlar a doença, evitar sua progressão, e/ou reabilitar o sujeito.
O nível de atividade física que é considerada vigorosa para o idoso não pode ser o mesmo que para o adulto saudável. Esforços de intensidade moderada, em minha opinião, já podem ser considerados como vigorosos para um idoso sedentário.
Os benefícios da atividade física são: melhorar a força muscular e flexibilidade, melhorar o condicionamento cardiorrespiratório (diminuindo a incidência de HAS, enfermidade coronariana, etc), melhorar a coordenação motora e conscientização corporal, melhora da ingestão alimentar e diminui a incidência de câncer, AVC e doenças do coração.
Todos os indivíduos com 60 anos ou mais devem ser submetidos à avaliação médica periódica e o geriatra que o acompanha deve estar apto a liberar e recomendar a atividade física.
O envelhecimento é um processo muito heterogêneo e a recomendação de atividade física para os idosos deve ser individualizada. Com a prática de atividade física, além dos benefícios já citados, os idosos ainda apresentam um efeito favorável sobre o equilíbrio e a marcha, diminuindo o risco de quedas e fraturas, menor dependência para realização de atividades de vida diária, melhora na auto-estima e autoconfiança, elevando de forma significativa a qualidade de vida do idoso. No entanto, o tipo de exercício a ser realizado depende do organismo e da vontade de cada um. Portanto, o idoso, deve olhar para si próprio e ver qual a sua capacidade nas atividades do dia-a-dia, para que perceba que realizando atividade física, melhorará sua capacidade de desempenhar estas e outras tarefas cotidianas.

sábado, 17 de julho de 2010

O idoso e o sono noturno

O padrão normal do sono entre idosos ainda é uma questão polêmica e a principal razão é o fato de que algumas pesquisas incluem em suas análises idosos com problemas de saúde, enquanto outros estudos só analisam indivíduos saudáveis. Isso faz toda a diferença, pois a presença de uma doença crônica pode ser o suficiente para fazer com que o idoso tenha uma tendência a dormir mais.
Uma pesquisa em Brasília revelou que os idosos dormem uma média de 6,8 horas por noite, cerca de uma hora a menos de sono da população de adultos no Brasil. O estudo demonstrou que entre idosos moradores de Brasília, sem qualquer problema de saúde ou uso de medicamentos, quase 90% deles tinham um sono de boa qualidade, qualidade medida por um instrumento de análise subjetiva do sono. Os resultados são opostos aos encontrados nos estudos que incluem pessoas doentes.
Os resultados são concordantes com estudos internacionais que nos demonstram cada vez mais que os idosos realmente precisam de um pouco menos de sono noturno para se sentirem dispostos durante o dia. A situação de um idoso que está dormindo demais deve sempre levantar a suspeita de que um problema de saúde pode ser a razão para esse comportamento. Com o envelhecimento, ocorrem diversas alterações na estrutura do sono. Seus ciclos tornam-se mais curtos e o idoso acorda mais durante a noite. Assim, o tempo de sono noturno torna-se menor. Para compensar, ele cochila durante o dia. A redução da visão e da audição, o isolamento social e a diminuição da percepção de estímulos externos e um menor tempo de exposição à luz natural também contribuem para que o idoso durma menos e mais cedo, acordando de madrugada. Segundo estudos, idosos que se mantêm ocupados durante o dia, em atividades físicas e sociais, dormem à noite tão bem quanto qualquer adulto jovem. Portanto, manter-se ativo durante o dia é fundamental para uma boa noite de sono.
Já no laboratório da Universidade Federal do Paraná, 48 pessoas idosas foram avaliadas em um acompanhamento que durou seis meses. A partir desse estudo, veio uma constatação: o idoso que não dorme bem, que não tem uma boa qualidade de sono, fica com o equilíbrio comprometido e mais exposto ao risco de sofrer quedas.
Especialista defende que os idosos devem tirar uma sesta sem culpa, dormir duas ou três horas de tarde sem culpa.

sábado, 26 de junho de 2010

Prevenção de Quedas nos Idosos!


O risco de cair aumenta significativamente com o avançar da idade, o que coloca esta síndrome geriátrica como um dos grandes problemas de saúde pública devido ao aumento expressivo do número de idosos na população e à sua maior longevidade, competindo por recursos já escassos e aumentando a demanda por cuidados de longa duração.
As quedas nos idosos podem provocar uma série de danos físicos. Estes acidentes podem ainda afetar a qualidade de vida dos idosos através de conseqüências psicossociais, como o grande receio de passar a ser dependentes de terceiros.
Porque ocorrem as quedas? À medida que a pessoa envelhece as mudanças fisiológicas que vão acompanhando a idade sofre alterações, pois, os reflexos vão ficando mais lentos e a força muscular diminui. Além das alterações da visão e audição e das doenças comuns associados à idade avançada.
Sabendo disso, é fundamental ter pensamento preventivo em primeiro lugar e assim, adquirir hábitos saudáveis, permitindo conservar uma boa saúde física e mental.
- A pessoa idosa deve fazer algum tipo de exercício físico pelo menos 3x/semana durante 30 minutos.
- Deve-se ter uma dieta habitual com legumes, ovos e peixe.
- Os medicamentos devem ser tomados nas doses prescritas e serem sempre receitados pelo médico.
E para diminuir o máximo a possibilidade se sofrer um acidente, deve-se adaptar a casa para que fique o mais confortável e segura possível como:

- Chão: Mudar a mobília de forma a desimpedir o caminho; Retirar os tapetes do chão se não tiver antiderrapante; tirar objetos jogados ao chão e não encerar a casa.

- Escadas e degraus: Retirar objetos que tenham nas escadas; é aconselhável colocar iluminação no topo e no fundo das escadas; colocar corrimões nos 2 lados da escada.

- Cozinha: O chão deve sempre estar seco e limpo, colocar utensílios e recipientes que utiliza habitualmente ao alcance da mão evitando subir em banquinhos.

- Quarto: A cama deverá ser firme e de altura adequada que permita a entrada e saída sem dificuldades, colocar uma lâmpada ou abajur perto da cama que seja fácil de alcançar, a distribuição dos móveis deve permitir a movimentação com o dispositivo de auxílio à marcha, no armário a roupa deve estar acessível.

- Banheiro: O piso mais seguro é o antiderrapante e é recomendável substituir a banheira pelo chuveiro, deve-se colocar um tapete antiderrapante dentro e fora do Box do chuveiro, colocar as barras de apoio na parede que ajudem a entrada e saída do banho, bem como no lado do sanitário, a altura do sanitário deve ser mais elevado evitando maiores esforços para sentar e levantar.

- Acuidade Pessoal: Os sapatos de uso não devem ter saltos para não prejudicar o equilíbrio, devem ter o tamanho correto e sola antiderrapante, devendo evitar os chinelos; a roupa também deve ser confortável e permitir a execução dos movimentos, tendo cuidado com roupas mais compridas.

DIA 23/06 – DIA MUNDIAL DE PREVENÇÃO DE QUEDAS NOS IDOSOS

Vamos nos Prevenir!!!!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Quedas nos Idosos


A queda pode ser definida como uma mudança inesperada e não intencional de posição para um nível inferior ao inicial, ou ainda, como a perda total do equilíbrio postural, a qual está relacionada à insuficiência súbita dos mecanismos neurais e osteo-articulares envolvidos na manutenção da postura.
Atualmente, as quedas constituem um problema sério de saúde pública, cujo peso socioeconômico tem acompanhado o aumento da população idosa. Em 2000, a população brasileira com 60 anos ou mais representava 9% do total e a estimativa para 2025 é de que este número dobre. No Brasil, cerca de 30% dos indivíduos com idade maior ou igual a 65 anos apresentam relato de queda anualmente, havendo aumento deste percentual para 51% nos indivíduos com mais de 85 anos.
A ocorrência de quedas em idosos tem etiologia multifatorial e o consenso é de que parte destes eventos poderia ser prevenida. A avaliação dos fatores de risco intrínsecos e extrínsecos visa identificar aqueles potencialmente modificáveis. As intervenções são baseadas nos achados da avaliação e realizadas por uma equipe multidisciplinar. Os idosos que mais se beneficiam são os que apresentam risco intermediário de queda. A maioria dos programas de prevenção de quedas avalia o equilíbrio, a marcha, as medicações em uso e o ambiente domiciliar.
As conseqüências da queda vão desde hematomas e escoriações leves à fraturas, ressaltando-se a fratura de colo de fêmur e o traumatismo cranioencefálico. O medo de cair está freqüentemente presente; o isolamento social, a perda funcional, a fragilidade, a hospitalização ou institucionalização e a morte são os verdadeiros desfechos de interesse clínico. Um programa de prevenção de quedas tem como objetivo promover a autonomia e a independência do idoso, minimizando os riscos da queda e suas consequências, diminuindo o medo de cair e incentivando as atividades da vida diária.

terça-feira, 25 de maio de 2010

O envelhecimento

A população brasileira encontra-se em franco processo de envelhecimento há cerca de mais ou menos 30 anos. Quedas significativas nas taxas de mortalidade e fecundidade ocorreram em um espaço relativamente curto de tempo, fazendo que a transição de uma população jovem para uma população envelhecida esteja acontecendo de forma muito mais rápida e explosiva do que verificada na Europa há mais de um século (Ramos).
O Brasil, no ano de 2025, terá a 6º maior população de idosos do planeta - mais de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Com o enevelhecimento populacional, há um aumento significativo na prevalência de doenças crônico-degenerativas.
Sabemos que, em princípio, todos os indivíduos têm e mantém, durante toda a sua vida, os mesmos direitos civis e políticos; todavia, a realidade enfrentada pelos idosos em nossa sociedade é bem diferente das que nos é apresentada pelos estatutos.
A velhice parece ser um tanto desagradável para muitas das pessoas que relatam sobre este estado dinâmico, que se instala com o passar dos anos. Todos querem viver por muito tempo, mas ninguém quer chegar à velhice.
Quando Buda era ainda o princípe Sidarta, encerrado por seu pai num magnífico palácio, dele escapuliu várias vezes para passear de carruagem nas redondezas. Na primeira saida, encontrou um homem enfermo, desdentado, todo enrugado, encanecido, curvado, apoiado numa bengala, titubeante e trêmulo. Espantou-se, e o cocheiro lhe explicou o que era um velho: "Que tristeza - exclamou o princípe - que os seres fracos e ignorantes, embriagados pelo orgulho próprio da juventude, não vejam a velhice! Voltemos rápido para a casa. De que servem os jogos e as alegrias, se eu sou a morada da futura velhice." (Beauvoir, 1970, p.7). O jovem e o adulto, que conhecem a velhice dentro de si, estariam mais preparados para receber, de modo crítico e produtivo, as imagens negativas do envelhecimento e da velhice que lhe são oferecidas. Assim, o reconhecimento a casa, semelhante ao do jovem Buda, serviria para o ajuntamento de esforços que assegurasse um reconhecimento público da autoridade, sabedoria, produtividade e outras contribuições importantes que vêm da velhice.
O problema com a velhice não é a velhice em si, mas a maneira como o idoso e os outros se colocam perante ela. Não conseguimos compreender a velhice em sua totalidade, pois ainda nos falta reconhecer o valor de toda uma existência, preocupando-nos com o que se realizou e com o que ainda se tem pela frente. A velhice não é um passo para a morte, mas mais uma etapa da existência humana que deve ser encarada de forma constante.
Durante muitos séculos, não existiram em nossa sociedade, pesquisas médicas empenhadas em entender o processo de envelhecimento. È somente a partir do século XX, com o surgimento da Gerontologia, que pudemos perceber uma maior sistematização dos estudos e pesquisas que buscam entender esse processo. Segundo pudemos constatar, a Gerontologia estuda os fenômenos fisiológicos, psicologicos e sociais relacionados ao envelhecimento do ser humano. Até então, existiam numerosas obras dedicadas a juventude e encarar a velhice e dela se ocupar era considerado um tabu ou mesmo uma questão desagradável (Beauvoir).
Então, é fundamental que se perceba que o envelhecimento não é somente um "momento na vida do individuo, mas um processo extremamente complexo e pouco conhecido, com implicações tanto para quem o vivencia como para a sociedade que o suporta ou assiste ele" (Fraiman, 1995).
A realidade brasileira marginaliza as pessoas idosas. Isto não costuma ocorrer em outras culturas, como por exemplo, a cultura oriental que integra intensamente os idosos à vida social. Para estes, o velho não é sinônimo de senil e sim um sábio, ao contrário da população brasileira, que muitas vezes, não vêem a hora de internar seus idosos quando não os agregam dentro de suas próprias famílias.
Defendemos aqui a velhice não como um mal, mas sim, como um resultado de transformações ao longo da vida. É certo que nem se pode evitar o envelhecimento, mas podemos exercer a influencia sobre a maneira de como envelhecer. Portanto, envelhecer pode significar um enriquecimento espiritual e uma vida aprazível (Ferrigno).
O bem estar na velhice, ou saude em sentindo amplo, seria o resultado do equilíbrio entre as várias dimensões da capacidade funcional do idoso, sem necessariamente significar ausencia de problemas em todas as dimensões (Ramos)